Medir o impacto da EdTech: Reflexões sobre o Festival Learning Bytes

No Festival Learning Bytes, foi debatido um dos maiores desafios que o sector da educação enfrenta: as soluções EdTech funcionam realmente? Como medir o seu sucesso para além das taxas de envolvimento e de conclusão?

A complexidade da medição do impacto na tecnologia educacional

De acordo com a UNESCO, existem mais de 100 000 produtos EdTech no mundo, mas muitos não são adequadamente avaliados. Muitas vezes, o sucesso é medido pela utilização e pelo envolvimento, mas não necessariamente pela aprendizagem significativa. Isto levanta uma questão crítica: será que estamos a automatizar práticas ineficazes ao implementar tecnologias sem uma análise rigorosa?

Modelos internacionais de avaliação de impacto

Vários países já estão a fazer progressos na criação de ecossistemas de colaboração para a validação de soluções EdTech:

Suécia: Os fornecedores podem fazer parte dos bancos de ensaio desde que sejam soluções estabelecidas e não empresas emergentes.
Lituânia: Trabalha com parceiros internacionais para integrar a EdTech nas escolas, que dispõem de financiamento específico.
Irlanda: O projeto Learnovate do Trinity College de Dublin integra a tecnologia educativa com o rigor académico.
Suíça: A EPFL e o Swiss EdTech Collider colaboram em investigação e publicações académicas baseadas em dados reais.
Países Baixos: O governo investiu 80 milhões de euros até 2030 para reforçar a educação através da tecnologia, trabalhando diretamente com professores e escolas.

Chaves para um impacto sustentável

Uma das ideias mais interessantes foi a de transformar os Testbeds em processos formativos para os professores, criando acordos claros em torno da implementação da tecnologia. Isto não só reforça a capacidade das escolas para utilizarem a tecnologia de forma eficaz, como também garante que o impacto vai para além da utilização superficial.

O objetivo final não deve ser encontrar uma solução perfeita, mas sim uma solução que permita um progresso contínuo: "Sempre melhor, nunca melhor".

Conclusão

O grande risco da tecnologia na educação é acreditar que, só pelo facto de a implementar, o impacto é garantido. Temos de criar processos de avaliação rigorosos que se centrem na aprendizagem efectiva e na capacitação dos professores. Para o fazer, precisamos de uma combinação de provas científicas, conhecimentos profissionais e uma abordagem contextualizada.

Vamos ligar as nossas redes e transformar a educação em conjunto!